quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um caso na filosofia : método sofista

Os sofistas, grandes mestres da retórica e da arte de persuasão: se julgavam detentores do conhecimento e faziam parte, de certa maneira, da elite da sociedade Ateniense. Eles vieram das regiões da Jônia e da Magna Grécia direto para o centro cultural do mundo, Atenas.
Os sofistas eram movidos pelo dinheiro, e transmitiam sua sabedoria a qualquer um que estivesse disposto a pagar o preço, uma espécie de professor remunerado ou pedagogo. Eles tinham um importante elemento comum com os filósofos naturais: eles também viam com olhos críticos a mitologia tradicional. Ao mesmo tempo, os sofistas simplesmente rejeitavam tudo o que consideravam especulações filosóficas desnecessárias e já mais buscavam a verdade, porém tinham respostas para todas as questões baseadas na retórica e na persuasão. Ao invés de questionar, sempre respondiam, usavam a teoria e orientavam aqueles que buscavam os seus ensinos para que os mesmo se sobressaíssem aos demais. O pensamento dos sofistas era inquestionável, não havia espaço para discussões ou debates a respeito das coisas. Para eles, ainda que houvesse respostas para muitas questões filosóficas, ninguém jamais seria capaz de encontrar respostas realmente definitivas para o mistério da natureza e do universo.
Então, resolveram, dedicar-se à questões do homem e de seu lugar, na sociedade. Eles ensinavam o máximo de virtudes possíveis, explicando a origem da sociedade, origem das leis, como se portar, a importância da educação, a importância dos exercícios físicos entre outras coisas. Usava uma linguagem mais moderna, desta forma, os sofistas eram especialistas em condicionar homens. De ensinar como eles deveriam se portar diante da sociedade e de como eles deveriam desenvolver sua vida social.
Sendo assim, podemos dizer que o método sofista ensinava: como a falar bem, como defender argumentos contrários pois, eles eram homens que tinham feito longas viagens e, por isso mesmo, tinham conhecido diferentes sistemas de governos, usos, costume e leis das cidades-estados, onde se consideravam sábios e rebatiam quaisquer argumentos de seus discipulos.
Pensando na forma de como ocorre o método sofista e a metodologia da EAD, podemos dizer que se distanciam uma da outra .Os sofistas eram inquestionáveis, não deixavam espaço para discussões ou debate a respeito das coisas. Na metodologia EAD, ocorre de forma oposta, nos levam a questinamentos, discussões e debates, no qual o conhecimento adquirido é compartilhado em grupo.

Polo: Cachoeiro de Itapemirim/ES. Agosto de 2010
Grupo: Beraldina Aparecida Rodrigues Souza
Gessiedna Pereira de Souza Silva
Iêda Mardgan Games
Raquel Gava Filgueiras
Disciplina: Metodologia em EAD
Um caso na filosofia: método socrático

Sócrates foi o grande dos grandes, ateniense nato. Talvez seja o personagem mais enigmático da historia da filosofia. O homem que desafiou toda uma geração e deixou ao mundo uma maneira singular e talvez a mais influente forma de fazer filosofia com seu método de questionar o nosso próprio conhecimento acerca das coisas.
Sabemos que Sócrates nasceu em Atenas e que ali passou toda a sua vida, ele se considerava ignorante à cerca das coisas, e vivia nas praças dos mercados e nas ruas onde conversava com vários tipos de pessoas, surpreso com a revelação do Oráculo de Delfos, que lhe dizia que ele era o mais sábio de todos os homens, resolveu sair em busca da confirmação desta sentença com o método que caracterizaria toda a filosofia.
Conhecemos a vida de Sócrates, sobretudo através de Platão, seu discípulo e também um dos maiores filósofos da historia.
Platão escreveu muitos Diálogos, ou conversas filosóficas, nos quais Sócrates aparece com seu método. Um deles, que temos conhecimento é o dialogo do Mênon. Onde mostra que o ponto central de todo método de Socrátes como filósofo estava no fato de que ele não queria propriamente ensinar as pessoas. Para tanto, em suas conversas, Sócrates dava a impressão de querer aprender com seus discípulos. Ao “ensinar” ele não assumia a posição de um professor tradicional. Ao contrário, ele dialogava, discutia. Geralmente no começo de uma conversa, Sócrates só fazia perguntas, como se não soubesse nada. Durante a conversa, freqüentemente conseguia levar seus discípulos a ver os pontos fracos de suas próprias reflexões. Uma vez pressionado contra a parede, o interlocutor acabava reconhecendo o que estava certo e o que estava errado.
Observamos que Sócrates buscava a verdade através do diálogo. Como característica, o seu método em forma de diálogo sempre buscava essencialmente a verdade sem nenhum interesse adicional ao seu objetivo. Constam em alguns relatos que a mãe de Sócrates era parteira, e o próprio Sócrates costumava comparar a atividade que exercia com a de parteira. Sócrates achava, portanto, que sua tarefa era ajudar as pessoas a “parir”, pois o verdadeiro conhecimento vem de dentro.
Sócrates fingia nada saber , forçando as pessoas a usar a razão. Era capaz de se passar por ignorante, ou de mostrar-se mais tolo do que realmente era. E assim, conseguiu expor as fraquezas do pensamento dos atenienses e entender que ele era um a mais entre os homens justamente porque consciência de nada saber.
Com base nestas afirmações, destaca-se que a metodologia EAD, se aproxima do método socrático, pois, neste contexto não há espaço para o professor dententor e tramissor do saber. Assim como Sócrates, o tutor é aquele que não oferece respostas prontas, mas sim, suscita dúvidas para que o aluno desperte o conhecimento por vezes adormecido.
Contudo, o trabalho do tutor, é favorecer a reaproximação do aluno ao saber, no meio de reminiscências que, retomam o saber inato, sendo este processo, único e individual. Onde , o conhecimento e a aprendizagem dependem diretamente da disposição e da vontade de cada um.

Polo: Cachoeiro de Itapemirim/ES. Agosto de 2010
Grupo: Beraldina Aparecida Rodrigues Souza
Gessiedna Pereira de Souza Silva
Iêda Mardgan Games
Raquel Gava Filgueiras
Disciplina: Metodologia em EAD
Um caso na psicanálise

Se em Sócrates, a aprendizagem e a descoberta da verdade se da por meio da razão, que irá suscitar as lembranças, onde não se ensina e sim ,suscita dúvidas no interlocutor para que ele encontre as respostas com o saber que é inato, em Lacan esta aprendizagem se dá por meio do imaginário, por vezes através da linguagem , que se estrutura no inconsciente.
Sabemos que Sócrates nada deixou escrito para que a posteridade pudesse conhecer seu pensamento. O que se sabe a respeito dele vem de seus discípulos e admiradores, principalmente Platão. Sua “filosofia de vida” é o que estava escrito no Oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. A partir daí, ele sempre confessava a própria ignorância: “Só sei que nada sei”.
Em seus diálogos, o reconhecimento da própria ignorância era parte essencial para se chegar à apreensão da Idéia e à construção dos conceitos.
A segunda etapa do método de Sócrates consiste na construção de conceitos novos a partir das cinzas dos antigos que foram destruídos. É a maiêutica. Esse nome é derivado e em homenagem à profissão de sua mãe, que era parteira. Sócrates queria exatamente isto: que a alma de seus discípulos parisse as ideias, posto que elas já estavam todas lá. Esse inatismo socrático se justifica na teoria da reminiscência, ou seja, aprender é você lembrar aquilo que você já sabe.
Daí, surge a crítica lacaniana em relação ao pensamento e a mestria socrática, considerando que Sócrates, no diálogo com o escravo, oferece um saber que ele não tinha condições de chegar sozinho, não permitindo ao escravo descobrir por si mesmo, ocupando então, o papel de professor que oferece um conhecimento num determinado momento.
Se buscarmos uma nova concepção de aprendizagem, quebrando o paradigma socrático onde, se utiliza o conhecimento racional para compreender os problemas do homem, destacamos que, em psicanálise, esta compreensão tem origem inconsciente - o sujeito. Onde, a partir do conceito de inconsciente estruturado como linguagem, também aponta para o lugar da subjetividade, da invenção.
Sob esse prisma, a psicanálise traz reflexões sobre posturas metodológicas para o processo e desenvolvimento da aprendizagem, pois, se em Sócrates buscava-se a descoberta da verdade por meio da razão, aqui, utiliza-se o imaginário e o simbólico, acreditando que a passagem da ignorância para o conhecimento depende diretamente do despertar do sujeito em relação a um conhecimento interligado a outros, que emergem a partir do momento em que o homem passa pelo processo da reminiscência.
Neste sentido, destaca-se que o pensamento é essencialmente inconsciente, onde em determinado tempo ou situação ele se manifesta mediante as formas de proceder do sujeito, não mais pela razão, mas sim, por meio de sonhos e atos falhos, que serão compreendidos por meio da análise. Tomando aqui, o lugar de mestre o inconsciente.
Mediante afirmação acima, destaca-se que tomando o inconsciente, o lugar de mestre, toda proposta lacaniana se fundamenta tendo como base o cartel, tendo como princípio a construção de pequenos grupos, fundamentando-se no desejo de cada um de seus participantes. O que une os membros de um cartel é terem interesse pela investigação de um tema comum onde, cada membro inclui seu pensamento, sendo todos aprendizes, prevalecendo o trabalho de orientação e não o saber estabelecido. Cada cartel se compõe de no mínimo três pessoas e no máximo cinco, sendo quatro a justa medida.
Desse modo, destaca-se que neste contexto não cabe a postura de um professor que irá transmitir um conhecimento e sim, orientar, aproximando-se assim da EAD, onde o desejo e o trabalho do aluno é o que mais importa, sendo o tutor, apenas uma pessoa que acompanha o processo de construção e desenvolvimento alcançado pelo próprio aluno que deve dar o máximo de si.
Contudo, neste novo cenário, afirma-se que a postura do mestre detentor e transmissor de conhecimentos e saberes, abre espaço para o professor/tutor que fundamenta seu trabalho na interação, na troca e na construção conjunta. Onde, com o surgimento das novas tecnologias da informação, ganharam novo impulso, fazendo aparecer novas formas e alternativas de geração e disseminação do conhecimento, trazendo possibilidades quase que inesgotáveis para a aprendizagem.

Polo: Cachoeiro de Itapemirim
Grupo: Beraldina Aparecida Rodrigues Souza
Gessiedna Pereira de Souza Silva
Ieda Mardgan Games
Raquel Gava Filgueiras



Um caso na educação em EAD

A educação, é constantemente regada de métodos para adaptação do conhecimento humano.
Na história da educação, os estudiosos registravam vários meios de métodos para o melhor aprendizado.
Os primeiros questionamentos intervieram dos sofistas, após foi Sócrates.
Porém, observando e constatando as interferências do psicológico e da realidade vivenciada pelo individuo para o aprendizado, os filósofos e psicanalistas debatem outras idéias da assimilação do conhecimento e como praticar os conhecimentos enquanto cidadão.
Contudo, as críticas afetam os métodos aplicados anteriormente, ocasionando um novo método e assim, até hoje é comum descobrir um novo contexto de métodos a serem trabalhados no aprimoramento do aprendizado.
O filosofo Francês Jacques Ranciére propõem um método denominado como emancipação intelectual, criticando assim o método socrático e juntando suas idéias com o psicanalista Jacques Lacan.
Revelando a idéia de que o conhecimento renasça do próprio aluno, na vontade em querer saber “basta haver a vontade do aluno, em um ato de inteligência”. Extinguindo o conhecimento apenas do mestre e sim, junto ao mestre.
Próximo a linha de pensamento de Paulo Freire em que o conhecimento é um processo de construção na associação do diálogo (convívio), as práticas socioculturais e políticas e as experiências de vida individuais no sentido do reconhecimento do eu e no que posso fazer para a libertação.
A educação hoje, toma um rumo bem diferente de seu início. Pois, concretizou os ideais filosóficos e psicanalíticos para um conhecimento crítico, conscientizado e de oportunidades.
Assim, hoje existe a educação a distância, o EAD, “cujo objetivo, além de democratizar o ensino é promover justiça social, inclusão dos menos favorecidos, bem como a emancipação e solidariedade”.
O EAD aborda a visão emancipadora onde o aluno lê o texto no seu contexto, analisa e faz conclusões do que compreendeu, tendo o professor o papel de animador da inteligência, incentivando um pensamento reflexivo.
Sendo o aluno, co-autor do conteúdo e nas participações da aprendizagem coletiva em redes e aulas presenciais.

Polo: Cachoeiro de Itapemirim/ES. Agosto de 2010
Grupo: Beraldina Aparecida Rodrigues Souza
Gessiedna Pereira de Souza Silva
Ieda mardgan Games
Raquel Gava Filgueiras
Disciplina: Metodologia em EAD

domingo, 15 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Retratos

Retratos A educação a serviço educação

Francikely Cunha Bandeira

Especificidade é qualidade daquilo que é específico, o que é particular a uma espécie. Assim, vamos tratar daquilo que é específico da Filosofia e está disponível a serviço da educação, portanto, a atividade investigativa propriamente dita, já que todo estudo inclui o investigar. Falar de Filosofia implica falar sobre vida e tudo que está presente em seu fluxo. Falar de educação é fazer referência ao que se considera fundamental para a formação do indivíduo, isto é, o conjunto daquilo que é essencial para seu desempenho e manutenção na vida como todo. Desse modo, já é possível assimilar a ideia de que a Filosofia é inseparável da educação e, mais que isso, são compreensões interdependentes.
Podemos nos remeter ao nascimento da Filosofia para melhor introduzir sua compreensão enquanto instrumento a serviço da educação, por assim dizer. A história da Filosofia nos diz que ela nasce do espanto que é algo natural e constante na vida das pessoas. Foi por meio do espanto que o homem começou a filosofar, quando não encontrou respostas satisfatórias para tantas questões. Foi então a partir da ausência de respostas que o homem se confrontou com sua própria ignorância e, tentando fugir dela, desejou conhecer. Desse modo, a primeira virtude do filósofo é admirar-se e, sendo esta a condição de onde advém a capacidade de problematizar, não se pode pensar em Filosofia sem problematização, o que não lhe confere, por sua vez, o título de detentora da verdade, mas aquela que a busca.
Nada escapa à investigação filosófica. Tratar das especificidades da Filosofia a serviço da educação é, na verdade, uma forma de mostrar como teorias que datam de séculos passados estão vivas no nosso contexto. Qualquer coisa que se tenha intenção de estudar irá exigir esforço do pensamento como meio para atingir o que se pretende. Podemos, assim, entender a Filosofia como ponto de partida de todo conhecimento humano organizado, tendo se ocupado de muitos temas que, por sua vez, estimularam e produziram o vasto campo do saber que conhecemos hoje, dividido em ciências.
Na Grécia Antiga, foi alcançado um ideal de educação: a Paideia. Consistia numa educação integral dada ao indivíduo, por assim dizer. A necessidade torna compreensível a Filosofia enquanto fundamento do conhecimento humano e possibilita a introdução de disciplinas filosóficas nos currículos, tendo como resultado, por exemplo, a Filosofia da Educação, Filosofia da História, Filosofia Política, entre outras.
Entender a Filosofia e a Educação nesta perspectiva é fazer da Filosofia uma análise crítica, acreditando no importante papel que o estudo filosófico cumpre no processo de humanização do homem, isto é, burlando a superficialidade e mergulhando no que parece inalcançável.

* FRANCIKELY CUNHA é graduada e licenciada em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba
Retratos

Retratos A educação a serviço educação

Francikely Cunha Bandeira

Especificidade é qualidade daquilo que é específico, o que é particular a uma espécie. Assim, vamos tratar daquilo que é específico da Filosofia e está disponível a serviço da educação, portanto, a atividade investigativa propriamente dita, já que todo estudo inclui o investigar. Falar de Filosofia implica falar sobre vida e tudo que está presente em seu fluxo. Falar de educação é fazer referência ao que se considera fundamental para a formação do indivíduo, isto é, o conjunto daquilo que é essencial para seu desempenho e manutenção na vida como todo. Desse modo, já é possível assimilar a ideia de que a Filosofia é inseparável da educação e, mais que isso, são compreensões interdependentes.
Podemos nos remeter ao nascimento da Filosofia para melhor introduzir sua compreensão enquanto instrumento a serviço da educação, por assim dizer. A história da Filosofia nos diz que ela nasce do espanto que é algo natural e constante na vida das pessoas. Foi por meio do espanto que o homem começou a filosofar, quando não encontrou respostas satisfatórias para tantas questões. Foi então a partir da ausência de respostas que o homem se confrontou com sua própria ignorância e, tentando fugir dela, desejou conhecer. Desse modo, a primeira virtude do filósofo é admirar-se e, sendo esta a condição de onde advém a capacidade de problematizar, não se pode pensar em Filosofia sem problematização, o que não lhe confere, por sua vez, o título de detentora da verdade, mas aquela que a busca.
Nada escapa à investigação filosófica. Tratar das especificidades da Filosofia a serviço da educação é, na verdade, uma forma de mostrar como teorias que datam de séculos passados estão vivas no nosso contexto. Qualquer coisa que se tenha intenção de estudar irá exigir esforço do pensamento como meio para atingir o que se pretende. Podemos, assim, entender a Filosofia como ponto de partida de todo conhecimento humano organizado, tendo se ocupado de muitos temas que, por sua vez, estimularam e produziram o vasto campo do saber que conhecemos hoje, dividido em ciências.
Na Grécia Antiga, foi alcançado um ideal de educação: a Paideia. Consistia numa educação integral dada ao indivíduo, por assim dizer. A necessidade torna compreensível a Filosofia enquanto fundamento do conhecimento humano e possibilita a introdução de disciplinas filosóficas nos currículos, tendo como resultado, por exemplo, a Filosofia da Educação, Filosofia da História, Filosofia Política, entre outras.
Entender a Filosofia e a Educação nesta perspectiva é fazer da Filosofia uma análise crítica, acreditando no importante papel que o estudo filosófico cumpre no processo de humanização do homem, isto é, burlando a superficialidade e mergulhando no que parece inalcançável.

* FRANCIKELY CUNHA é graduada e licenciada em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba